COSTA FILHO, R. M. (1991). Nova órtese para paraplégico: aplicação do vetor de reação do solo. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia EESC/FMRP/IQSC, BIOENGENHARIA/USP, São Carlos/SP, setembro de 1991.

Desenvolvemos uma nova órtese para membros inferiores de pacientes portadores de paraplegia baixa ou monoplegia. O objetivo foi reduzir o peso, facilitar a sua colocação e retirada, melhorar a marcha e a estética, bem como, devido ao seu baixo custo operacional, viabilizar a sua aquisição por um maior número de pacientes. Neste estudo foram avaliados, na primeira fase, 5 pacientes portadores de paraplégia e paraparesia. Devido as baixas condições sócio-econômicas dos pacientes, não foi possível confeccionar as botas de polipropileno nesta fase. Na segunda fase, desenvolvida na ORLAU, Inglaterra, avaliamos a bota de polipropileno em 1 paciente paraplégico, nível T12, com 40 anos de idade e totalmente independente. Após a confecção da bota de polipropileno, o paciente foi levado ao Laboratório de Marcha com o objetivo da analisarmos a posição correta do vetor de reação do solo para posterior colocação do mata-borrão sob o calçado. Em seguida, o paciente passou por um período de treinamento de 3 meses. logo após, foram analisados e comparados a velocidade de marcha , consumo e gasto de energia e a biomecânica (Impulso) da marcha utilizando a plataforma de força, nos dois sistemas, ou seja, a bota d epolipropileno e o tutor longo convencional. O estudo da velocidade da marcha demonstrou que quando o paciente deambulou com a bota de polipropileno sua velocidade foi menor, qundo comparada ao sistema convencional, principalmente quando o paciente deambulou com a marcha pendular. O estudo do consumo de energia demonstrou que quando o paciente deambulou com a bota de polipropileno este foi menor em comparação com o sistema convencional. Desta forma, podemos dizer que a bota de polipropileno é fisiologicamente melhor que o sistema convencional, isto é, o paciente consegue suportar mais tempo deambulando com este sistema. O estudo do gasto de energia, por sua vez, demonstrou que quando o paciente deambulou com a bota de polipropileno, este foi maior em relação ao sistema convencional. Na análise biomecânica (Impulsos) da marcha utilizando a plataforma de força de Kistler, observamos que quando o paciente deambulou com a bota de polipropileno à esquerda e o tutor longo à direita, a média dos Impulsos foi visivelmente maior na muleta e membro inferior direito, provavelmente pela instabilidade do sistema e quando comparado ao sistema convencional pudemos observar que os resultados dos Impulsos são melhores distribuídos entre as muletas e membros inferiores. Concluímos que a bota de polipropileno é um sistema viável para pacientes portadores de paraplegia baixa ou monoplegia com um bom controle pélvico, que a velocidade da marcha é menor, o consumo de energia é menor, o gasto de energia é maior e os impulsos na muleta e membro inferior contralaterais a bota de polipropileno é maior quando comparamos todos estes parâmetros com o sistema convencional.

COSTA FILHO, R. M. (1991). Nova órtese para paraplégico: aplicação do vetor de reação do solo. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação Interunidades em Bioengenharia EESC/FMRP/IQSC, BIOENGENHARIA/USP, São Carlos/SP, setembro de 1991.