Resumo:
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NORONHA, A.Z.T. Desenvolvimento de membrana muco-adesiva à base de
colágeno para liberação de fotossensibilizadores na fotoinativação de Candida
albicans. 2010. 98f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação
Interunidades Bioengenharia, EESC/FMRP/IQSC, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2010.
Infecção por Candida albicans na cavidade oral é um grave problema principalmente
em pacientes imunocomprometidos. Devido à resistência desenvolvida por essas
leveduras ao tratamento com antifúngicos, a terapia fotodinâmica pode ser uma
alternativa eficaz na inativação desses microrganismos. Essa técnica emprega uma
molécula fotossensível ativada por luz de comprimento de onda adequado na
presença de oxigênio produzindo espécies tóxicas de oxigênio que levam à morte
celular. Uma das limitações encontradas nas formulações destinadas à cavidade
oral, como géis, pastas e enxaguatórios é a falta de retenção no sitio de ação devido
ação da saliva e o fato de colorirem dentes, lábios e mucosas por serem compostas
de agentes fotodinâmicos muitas vezes pigmentados, tornando desagradável para
utilização humana. Com esse objetivo foi desenvolvida uma membrana adesiva a
base de colágeno modificado, o qual possibilitou a incorporação e liberação de
diferentes agentes fotodinâmicos, tais como, azul de metileno (AM), azul de toluidina
(TBO), ácido aminolevulínico (ALA) e hipericina (HY), através da técnica de
preparação de evaporação de solvente. A superfície da membrana foi analisada por
microscopia eletrônica de varredura. O fluxo de liberação foi quantificado, levando
em consideração o fluxo salivar médio humano na presença de infecções, por
espectroscopia ótica para AM, TBO e HY obtendo 1,3; 4,5; 0,27 μg mL-1 por cm2 por
hora e carga total liberada de 19 %, 50 % e 11 % respectivamente. Para ALA a
quantificação foi realizada por espectroscopia de fluorescência, resultando em um
fluxo de 0,59 μg mL-1 por cm2 por hora e uma carga total liberada de 17 %. Os testes
de liberação em 1000 μL de solução salina e em saliva artificial permitiram avaliar
como o volume e a viscosidade do meio interferem na liberação, além de assegurar
a integridade da formulação quando imersa em saliva artificial a 37 ⁰C por 24 h. A
efetividade das membranas também foi avaliada sobre a inativação fotodinâmica de
1x106 UFC mL-1 de C.albicans, em membranas de 0,2 cm2 de 45 μg mL-1 de
AM, 26,7 μg mL-1 de TBO, 38,9 μg mL-1 de HY e 78 μg mL-1 de ALA inativaram 100
%, 100 %, 60 % e 32 % respectivamente. Visando a inativação total da levedura em
questão, determinou-se também em estudo paralelo a concentração inibitória
mínima nas condições de terapia fotodinâmica sendo que 10 μg mL-1 de AM
incubado por 10 min seguido de irradiação em LED 630 nm a 12,7 J cm-2 foi
responsável por 2,9 log redução; 2 μg mL-1 de TBO incubado por 15 min seguido de
irradiação em LED 630 nm a 17,6 J cm-2 foi responsável por 2,7 log redução e;
2 μg mL-1 de HY incubado por 30 min seguido de irradiação em LED 590 nm a
9,95 J cm-2 foi responsável por 2,9 log redução. Para ALA as condições de total
inativação ainda estão sendo avaliadas. Desta forma, o material desenvolvido por
ser uma alternativa de liberação de diferentes compostos fotossensibilizantes para a
aplicação clinica da terapia fotodinâmica.
Palavras-chave: Membrana, Terapia fotodinâmica, C.albicans. |